segunda-feira, 29 de setembro de 2008

fragMento


Eu quero olhar-te nos olhos,
(...)
E agarrar as tuas mãos febris
Com as minhas mãos geladas
E dizer-te que as nossas mãos
São asas com que podemos voar
Para lá da pequenez desta prisão crepuscular,
E mergulhar na magnitude do mistério.
E ouvir-te dizer que voar é impossível
E dizer-te que entre nós não há impossíveis...

fragmento de poema:
 "Amo-te todos os dias" de Gonçalo Nuno Martins


domingo, 28 de setembro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

abrir os OLHOS



A história de Vanilla Sky é uma espécie de sonho em espiral, as sensações são várias: umas vezes maravilhoso outras surpreendente e angustiante. 
A banda sonora é genial como normalmente acontece nos filmes de Cameron Crowe, em parte devido à música dos Sigur Rós que ilustra a cena final do filme (arranha-céu). 
Chama-se njósnavélin ou The nothing Song e faz parte do albúm de 2002 "eighteen seconds before sunrise" 

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

LeMon


 
A Lemon
 Out of lemon flowers
loosed
on the moonlight, love's
lashed and insatiable
essences,
sodden with fragrance,
the lemon tree's yellow
emerges,
the lemons
move down
from the tree's planetarium

Delicate merchandise!
The harbors are big with it-
bazaars
for the light and the
barbarous gold.
We open
the halves
of a miracle,
and a clotting of acids
brims
into the starry
divisions:
creation's
original juices,
irreducible, changeless,
alive:
so the freshness lives on
in a lemon,
in the sweet-smelling house of the rind,
the proportions, arcane and acerb.
Cutting the lemon
the knife
leaves a little cathedral:
alcoves unguessed by the eye
that open acidulous glass
to the light; topazes
riding the droplets,
altars,
aromatic facades.

So, while the hand
holds the cut of the lemon,
half a world
on a trencher,
the gold of the universe
wells
to your touch:

a cup yellow
with miracles,
a breast and a nipple
perfuming the earth;
a flashing made fruitage,
the diminutive fire of a planet. 

Pablo Neruda
 



quinta-feira, 11 de setembro de 2008

David Lynch (sempre)


Nos últimos dias reparei que estavam a passar de novo a série Twin Peaks (1990). Tenho ficado "agarrada" à TV para rever tudo e desta vez sem perder pitada. 
David Lynch consegue sempre deixar-me colada ao ecrã, seja qual for a obra, adoro tudo o que vejo. Desde Eraserhead cujas personagens são presença assídua nos meus sonhos (sei que parece um pouco louco mas fiquei fascinada com a Sra. que vive no radiador a cantar "In Heaven") até ao The Straight Story que tantas críticas recebeu, gosto de tudo (mesmo tudo)!!! 

Enquanto me vou deliciando na TV com o fantástico mundo criado por David Lynch, aproveito para relembrar outras produções como o filme Mulholland Drive

(ao som de "this mess we`re in" de Thom Yorke e PJ Harvey)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

***



A gravação não é das melhores, a imagem também deixa muito a desejar mas a intenção é chegar aqui e ouvir quantas vezes me apetecer,
sem parar....
Estrela do Mar (...e Jorge Palma é claro...) 1991 - Álbum "Só"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Manuscritos do Mar Morto ao alcance de todos

Ao que parece vamos todos poder "olhar de perto" os preciosos papiros!!!
Foi em 1947 que um grupo de pastores da Palestina descobriu os documentos com 2000 anos. 
Os Manuscritos foram identificados como os únicos documentos bíblicos judaicos que se conhecem e como sendo parte do Antigo Testamento.

Desde que foram encontrados, os manuscritos têm sido alvo de um cuidadoso estudo por parte da equipa de investigação. De forma a prolongar a "vida" destes preciosos documentos foram tomadas as devidas medidas de prevenção que passam por uma cuidadosa estabilização física e química  do manuscrito. Mas para que o estudo do documento não ponha em risco a sua manutenção, foi necessário optar por os digitalizar. 
O especialista em imagem digital, Dimon Tanner,  é o chefe da equipa responsável por esta fase do trabalho e diz “Veremos os pergaminhos com uma riqueza de detalhes que até pouco tempo nem imaginávamos ser possível”. Além de se conseguir uma maior percepção do documento e de se esperar avanços no seu estudo, é possível fazê-lo sem os prejudicar (já que não é necessário manusear o suporte original). 
A digitalização dos documentos permitirá uma melhor conservação dos mesmos, no sentido em que não vai ser necessário mexer neles a não ser em tarefas de inspecção. Além do carácter conservativo, espera-se que os especialistas consigam desvendar mais alguns mistérios, como detectar inscrições até agora desconhecidas.
A totalidade dos trabalhos deverão chegar aos 2 anos já que se tratam de 850 rolos de papiros. Entretanto ficou no ar a promessa de que o documento será disponibilizado on line para todos os que quiserem consultar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A Força das Imagens

Até 14 de Setembro está a decorrer o Festival Internacional de Fotojornalismo
O encontro decorre em Perpignan, França e é organizado por Association Visa pour l`image
Pretende-se reunir o trabalho de fotojornalistas provenientes de todo o Mundo, debater ideias e partilhar experiências.

Aqui ficam algumas das imagens de Paula Bronstein / Getty Images

Contagem de votos em Peshawar - eleições no Paquistão


Vila de Bagroo, Paquistão

Balakot, Paquistão



Catmandu, Capital do Nepal



terça-feira, 2 de setembro de 2008

A força das palavras


Há ruas que nos passam completamente despercebidas, outras a que ninguém fica indiferente mas no meu bairro existem espaços preciosos e recantos surpreendentes.
Alfama é assim, tem o poder de seduzir ao primeiro encontro, as ruas estão cheias de sensações e se ficarmos tempo suficiente, saímos de lá com os sentidos completamente embriagados com o que nos é oferecido. 
São as cores, os cheiros intensos, a música que por se ouvir tão alta parece que caí das varandas, as texturas e remendos que se sentem quando se passam as mãos pelas paredes e a alegria tola que se sente quando se bebe um copo de vinho numa taberna cheia de gente.

Pronto, já chega, não vou escrever sobre o que AlfaMa é para mim... pelo menos por enquanto.
Apenas partilho estes pedaços de cimento, que são feios, tristes, cinzentos, gastos e que tapam o abandonado. Mas estes pedaços de cimento são também o suporte para desabafos.
Há já algum tempo que estes cantos são mensagens, na maioria das vezes sobre aMor. 
Existem tantos, são todos tão intensos e de um enorme calor.

Se pudesse também escrevia, apesar de em tempos já ter escrito nas paredes (sim, porque as ruas lá do bairro também são minhas...). Mas agora escrevia a sério e não aquelas coisas de miúdos. 

Enquanto escrevo e não escrevo cá vai a mensagem que deixaria naquele pedaço de cimento (para B): 
Nada é melhor do que sentir a tua pele a tapar-me o corpo, a tua barba na minha nuca, as mãos que me amparam o rosto