Acabou de ser publicada mais uma biografia sobre a vida do escritor Franz Kafka, e desta vez a publicação caiu que nem uma bomba no meio literário.
O livro Excavating Kafka é da autoria de James Hawes e apresente uma faceta do famoso escritor que até agora era desconhecida. Segundo o autor, Kafka gostava de viver a vida em pleno, viver a noite e todos os prazeres que daí poderiam surgir, além disso tinha uma impressionante colecção de revistas pornográficas.
Esta nova visão está a chocar o "velho" mundo literário tal como se pode ler no New York Time mas sinceramente não percebo porquê.
Apesar de nas suas obras, encontrarmos personagens solitárias e que sofrem de conflitos existenciais, não deveríamos assumir que essa seria a realidade da sua vida. Mas mais grave, é ficar chocado com o tipo de vida que Kafka levaria.....
Mesmo assumindo que James Hawes está a exagerar na descrição que faz sobre a vida de K. e que tudo não passa de uma estratégia para vender livros, não estarão os críticos a cair num puritanismo exacerbado?
Será legitimo julgar a vida privada de um homem, mesmo que este seja um gigante da literatura? Nem se entende o facto de em pleno século XXI ainda existirem pessoas que ficam chocadas pela forma como cada qual vive (ou viveu) a sua intimidade...........
A propósito deste tema fiquei com vontade de rever "Kafka" o filme de Steven Soderbergh
1 comentário:
A nossa velha imaginação ocidental ainda vive muito agarrada ao modelo do monge asceta, inteiramente dedicado à sua obra, afastado do século. E muita gente terá talvez encaixado Kafka nessa categoria.
O facto permanece que FK decidiu nunca escrever sobre esse aspecto da sua vida e temos de respeitar essa sua opção.
FK divertia-se. Bom para ele.
É relevante para a compreensão dos seus livros? Duvido...
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